sexta-feira, 11 de março de 2011

ESPERA

 


Espera


E essa insistência em você
É um contentamento descontente.
Uma espécie de amor ardente
Que sofre em alegres pensamentos.


Talvez uma segunda chance do destino
Na tentativa de imortalizar
O que estava quase morrendo no tempo,
Em tênues lembranças...


Se desmanchando nas nevoas da manhã...
A cada por do sol ...
Em mais um dia de silencio...


O reencontro trouxe consigo a admiração,
Uma preciosidade guardada com delicadeza.
Quão belo é a raridade de um coração tocado
Pela doce ilusão que espera seu tempo.


Porque há tempo para todas as coisas,
Mas o mesmo tempo não espera...
E que esse tempo encontre o momento,
Que não seja adiantado, nem seja atrasado,
Mas que ainda seja o nosso tempo.


Todas as palavras já foram ditas,
e ainda há tanto o que se dizer!
Esse deveria ser o silencio que diz tudo,
só que ainda não disse nada!
E bastaria uma palavra.


A indiferença não é surda,
Não é muda, nem  cega...
É  o retrato da impotente invalidez
De um coração que se recusa
às melhores coisas da vida.
É auto-punição.


E como se não fosse suficiente condenar-se,
leva consigo a alegria e a expectativa
do outro coração que ainda respira amor.


E bastaria uma palavra para tudo ser diferente...
“_ESPERA”.


(Adriana Garcia - 11/03/10)

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